domingo, 3 de maio de 2009

Volta por cima.

Ele não entendeu nada. Ela enlouquecera ou o quê? Bem que ele correu, tentou se defender, explicar tudinho. Fora um mal entendido, esse diz-que-disse todo, coisa de louco, uma fofoca danada, esse pessoal não tem mais o que inventar. Ele, Peleponeso, era muito distinto, solícito, atento à freguesia, ciente de seus afazeres, desempenhava com maestria. Atendera ao chamado apenas, era só um conserto simples, no chuveiro da outra. Não havia rolado nada, ele jurou de pé junto.
O tropeção veio em má hora. Acordou com uma poça de sangue junto às partes. Quando a Polícia chegou, junto com o socorro, já não havia o que fazer. Ela saboreava com prazer a bola esquerda, fizera um refogado caprichado mesmo, boa quituteira que é, sempre foi. A cervejinha ao lado.
Mas não se abateu. Recuperado, tocou a vida. O episódio deu uma incrementada nos negócios, a propaganda, o aparecer no jornal, essas coisas todas. Achou genial o cartão de visitas, mandou fazer uns tantos com um brilho daqueles. Adotou o apelido, os tempos seriam outros afinal. Nada mais de biscates, viver de expediente. Agora, conhecido no pedaço, era muito importante. Lascou no texto, orgulhoso, ao lado do número do celular, o tal de “Caolho”, a seu dispor. Pensou também em escrever no verso o outro epíteto. “Meia-foda”. Achou que era demais.

3 comentários:

fagatha disse...

etcha!!!!!!!!!!
hehehehehehhehehe.adorei.

fagatha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

ahahahahaha..... será que ainda existe gente ciumenta nesse mundo..... bãh...deve ter doído...Quando virás fazer parte da confraria do Charles???? Os textos estão aí, né... Continua escrevendo, viu.... bj Maira